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7 de set. de 2012

Metodologia para uma educação ambiental de qualidade


Em artigo de Edson Grandisoli é apresentada uma metolodologia que visa alcançar os objetivos de um projeto de educação ambiental, fazendo também uma crítica sobre a falta de eficiência e o baixo impacto dos projetos hoje aplicados.

Tal crítica não é nova, visto que a problemática ainda é presente e está longe de ser resolvida, até porque esta é uma questão que não pode ser resolvida apenas com ação civil, como já apontamos em outros posts.

No entanto, muitas vertentes da educação ambiental acreditam nisso, naquele tema recorrente de “faça sua parte”. Então, é para estes educadores ambientais que escrevo este post, quem sabe está metodologia coloque-os diante das incongruências de seus projetos e práticas.

Para Grandisoli, muitos projetos de educação ambiental não tem sucesso devido a ausência de um plano de ação que contenha um diagnóstico do problema, um planejamento estratégico e uma avaliação de resultados. Tais etapas, as vezes são superadas pela vontade de ação do educador, que acredita conhecer profundamente a problemática na qual se insere, mas que nem por isso elimina a necessidade de cada uma delas.

A primeira etapa é um diagnóstico do problema a ser trabalhado. Para isso, o contato com os diferentes atores é fundamental para compreensão da totalidade da questão. Abranger a manignitude de um problema ambiental exige recortes, mas que ainda assim não se desliguem de uma análise totalizante. Por isso, Grandisoli lembra que muitos projetos de educação ambiental não fazem o diagnóstico por suas dificuldades intrínsecas, sejam técnicas, humanas ou financeiras.

Existem diversas formas para elaboração de um diagnóstico e não cabe aqui neste post apresentá-las. Também é importante salientar que existem realidades e realidades e nem sempre um mesma maneira de realizar um diagnóstico pode ser repetida.

A segunda etapa é o planejamento estratégico. De acordo com o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, um planejamento estratégico tem que ter:

- Enfoque interdisciplinar e holístico
- Ser um ato político
- Facilitar a cooperação mútua e equitativa nos processos de decisão
- Potencializar o poder de diversas populações na condução de seus próprios destinos e,
- Auxiliar na resolução de conflitos de maneira justa e humana

Dentre os itens acima, alcançar a construção de um ato político acredito ser a mais dispensiosa em termos de energia do educador, visto que para isso exige uma construção histórica junto a problemática, o que por sua vez envolve diferentes atores sociais.

E por fim, a ação sobre o problema diagnosticado. Para definir como será desenvolvida a intervenção é importante considerar três itens:

- Definição de objetivos
- Elaboração de atividades
- Avaliação dos resultados

As intervenções possíveis para educação ambiental são as mais variadas e existem diversas publicações com sugestões divididas por assuntos, público alvo, espaços específicos, etc.

Quanto a avaliação dos resultados, Grandisoli considera o grande ponto fraco dos projetos de educação ambiental, isto porque as avaliações não são incorporadas como uma parte da intervenção, assim as avaliações são feitas, mas não promovem ajustes nem redirecionameto das atividades e, portanto, sem melhoramentos contínuos.

Já que nos falta atitude, está árvore nos ensina...
Desse modo, considero que uma parte significativa da educação ambiental realizada no Brasil ainda acontece de forma amadora, tanto em termos técnicos como humanos, com educadores com formação deficiente, sem fundamentação teórica, sem propostas pedagógicas, sem o conhecimento claro e profundos das questões ambientais.

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