Em artigo de Edson Grandisoli é
apresentada uma metolodologia que visa alcançar os objetivos de um projeto de
educação ambiental, fazendo também uma crítica sobre a falta de eficiência e o baixo impacto dos projetos hoje aplicados.
Tal crítica não é nova, visto que
a problemática ainda é presente e está longe de ser resolvida, até porque esta
é uma questão que não pode ser resolvida apenas com ação civil, como já
apontamos em outros posts.
No entanto, muitas vertentes da
educação ambiental acreditam nisso, naquele tema recorrente de “faça sua parte”.
Então, é para estes educadores ambientais que escrevo este post, quem sabe está
metodologia coloque-os diante das incongruências de seus projetos e práticas.
Para Grandisoli, muitos projetos
de educação ambiental não tem sucesso devido a ausência de um plano de ação que
contenha um diagnóstico do problema, um planejamento estratégico e uma
avaliação de resultados. Tais etapas, as vezes são superadas pela vontade de ação
do educador, que acredita conhecer profundamente a problemática na qual se
insere, mas que nem por isso elimina a necessidade de cada uma delas.
A primeira etapa é um diagnóstico
do problema a ser trabalhado. Para isso, o contato com os diferentes atores é
fundamental para compreensão da totalidade da questão. Abranger a manignitude
de um problema ambiental exige recortes, mas que ainda assim não se desliguem
de uma análise totalizante. Por isso, Grandisoli lembra que muitos projetos de
educação ambiental não fazem o diagnóstico por suas dificuldades intrínsecas,
sejam técnicas, humanas ou financeiras.
Existem diversas formas para
elaboração de um diagnóstico e não cabe aqui neste post apresentá-las. Também é
importante salientar que existem realidades e realidades e nem sempre um mesma
maneira de realizar um diagnóstico pode ser repetida.
A segunda etapa é o planejamento
estratégico. De acordo com o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis
e Responsabilidade Global, um planejamento estratégico tem que ter:
- Enfoque interdisciplinar e
holístico
- Ser um ato político
- Facilitar a cooperação mútua e
equitativa nos processos de decisão
- Potencializar o poder de
diversas populações na condução de seus próprios destinos e,
- Auxiliar na resolução de
conflitos de maneira justa e humana
Dentre os itens acima, alcançar a
construção de um ato político acredito ser a mais dispensiosa em termos de
energia do educador, visto que para isso exige uma construção histórica junto a
problemática, o que por sua vez envolve diferentes atores sociais.
E por fim, a ação sobre o
problema diagnosticado. Para definir como será desenvolvida a intervenção é
importante considerar três itens:
- Definição de objetivos
- Elaboração de atividades
- Avaliação dos resultados
As intervenções possíveis para
educação ambiental são as mais variadas e existem diversas publicações com
sugestões divididas por assuntos, público alvo, espaços específicos, etc.
Quanto a avaliação dos
resultados, Grandisoli considera o grande ponto fraco dos projetos de educação ambiental,
isto porque as avaliações não são incorporadas como uma parte da intervenção,
assim as avaliações são feitas, mas não promovem ajustes nem redirecionameto
das atividades e, portanto, sem melhoramentos contínuos.
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Já que nos falta atitude, está árvore nos ensina... |
Desse modo, considero que uma
parte significativa da educação ambiental realizada no Brasil ainda acontece de
forma amadora, tanto em termos técnicos como humanos, com educadores com
formação deficiente, sem fundamentação teórica, sem propostas pedagógicas, sem
o conhecimento claro e profundos das questões ambientais.
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