
Se posicionando em relação à Rio+20 e à Cúpula dos Povos, o
professor Boaventura de Souza Santos pode dar um parecer muito esclarecedor,
daquele tipo que sempre queremos ouvir de alguém que pensa a sociedade de forma
crítica e nos aponta direções.
Já a Cúpula dos Povos teve, segundo o professor, um papel
simbólico ao dar voz às demandas e críticas dos povos, movimentos e
organizações populares, mostrando a capacidade de organização de uma agenda
socioambiental que contemple a heterogeneidade de ser no mundo.
No entanto, pontuou a dificuldade que os movimentos,
organizações, povos e todos nós temos em construir junto, no caso agendas
agregadoras, em unificar necessidades, mobilizações e lutas. Agregar agendas não
fere autonomias, apenas consolida e legitima ainda mais os que estão
envolvidos.
Para Boaventura, a maior dificuldade é encontrar os pontos
em que as agendas podem ser agregadas. Nossa visão cartesiana e mecanicista, a
qual somos ensinados desde pequenos, compartimenta e rotula quase tudo e neste
bolo estão as lutas populares. Para ele, lutas agregadoras são aquelas que
conseguem confluir demandas.
Não me parece ser difícil se houver espaço, se as portas da
percepção estiverem abertas, na melhor de William Blake.
Fonte da entrevista do professor: Ecodebate
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