Como o próprio nome já diz, é um movimento que acontece há 17 anos formado por grupos excluídos da sociedade em todos os ambítos, econômico, social, jurídico, agrário, ambiental...e ocorre sempre na semana da pátria, para mostrar que lutar pela pátria não é assistir aos desfiles militares apodrecidos e sair batendo no peito dizendo que ama seu país, com mostrou nossa miss Brasil 2011, mas reivindicar direitos, acesso, inclusão, qualidade de vida, respeito...Sem tocar no assunto da Independência, que poucos de nós temos, já que hoje ela está bem relacionada com o quanto de dinheiro você possui.Nesta 17º edição a pauta foi atrelar direitos do povos brasileiros as questões ambientais com o lema: “Pela vida grita a Terra...por direitos, todos nós!”. As manifestações acontecem em todo o país clamando por direitos universais e questões locais também, já que envolve a participação de diferentes movimentos sociais, cada qual com sua causa.
O principal objetivo do evento é reunir ações e reivindicações de diferentes movimentos pelo país, mostrar-se visível e em “movimento”, a construir um novo país. Mais do que isso, o Grito dos Excluídos mostra que a luta é uma só, apesar das especifidades de cada um dos grupos. Retomarei mais a frente.
Para Castells, que se pronunciou recentemente frente as manifestações na Espanha, a ideia é que as pessoas em todo o mundo não se acomodem diante das fatalidades da crise, pensem que podem fazer algo contra a miséria política e serem protagonista no que tiver que vir a ser.
Castells é professor da Universidade da Catalunha e tem sua pesquisa direcionada para a questão do poder na sociedade. Para ele, as relações de poder são essenciais em qualquer comunidade e estão presentes ao longo da história, são elas que promovem a construção de instituições e organizações que legitimem interesses e valores específicos, em detrimento de outros.
A manutenção do poder que se dê por meio da violência é frágil e pouco duradoura, por isso, o poder se dá principalmente pelo controle na forma de pensar e agir no mundo e, em última instância, pelo controle da mídia.
A luta do Grito dos Excluídos é uma só porque estamos tratando dos interesses e valores que estão em detrimento, da dignidade das comunidades tradicionais, do acesso a terra para produzir alimentos, da igualdade de gênero, cultura, religião, etc. Estamos falando do interesse das minorias políticas e econômicas, do interesse da mesma absoluta maioria da humanidade.
E acima de tudo, os problemas sociais e ambientais de hoje são uma questão política, de falta de democracia representativa. 2/3 dos cidadãos do mundo disseram que não são governados democraticamente e a classe política é a mais desprestigiada em todo o mundo, ficando inclusive atrás dos mafiosos e prostitutas na Itália.
Por isso a não acomodação diantes do fatos é fundamental. A demonstração de insatisfação e ansiedade por mudanças é contundente e generalizada mundialmente. E o Grito dos Excluídos é mais ou menos isso, resultado da somatória das insatisfações, desassistência e descomprometimento com a democracia em busca de mudanças.
Para ler o pronunciamento de Castells completo acesse o blog do Ivo Poletto.
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