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23 de mai. de 2012

O lixo dos shoppings e a conduta do usuário


Você deve conhecer um monte de gente que separa o lixo em casa né?! Algumas inclusive tem aquelas lixeiras coloridas, educativas pra separar ainda mais os resíduos.

Bom, segundo uma pesquisa feita em Brasília, quase 100% dos consumidores não descarta seu lixo nas praças de alimentação, isto porque é um espaço ‘público’, imagina no privado. A pesquisadora levantou que foram poucas as pessoas que jogaram seus resíduos no lixo (não estamos nem falando em separá-los) e que isso está muito associado a presença dos funcionários da limpeza nas praças de alimentação, como se estivessem ali para fazer aquilo que é sua obrigação.

O discurso é ainda mais ordinário, dizem que fazem isso pra dar emprego, assim como devem jogar lixo no chão para dar emprego ao gari...que tal o suicídio para dar emprego ao coveiro?! E não faça sujeira por favor, morte limpa tá?!

Sobre a questão dos “serviçais”, algumas pesquisas tem apontado para uma mudança neste comportamento, não porque esteja se construindo uma sociedade mais humana, que considere os funcionários ligados à limpeza como seres humanos, mas porque estes empregados tem conseguido empregos melhores, com salários melhores e com maior respeito socialmente.

Mais especificamente sobre as empregadas domésticas, sua origem remete ao período colonial e é um resquício até hoje, estando a classe média e alta (as mesmas que frequentam os shoppings) acostumada a ter empregados a seu redor, fazendo aquilo que é sua responsabilidade. No entanto, alguns comportamentos terão de mudar na marra, já que estas trabalhadoras tem conquistado poder de escolha e se retirado dos espaços domésticos, onde ainda são consideradas “como da família” (quem nunca ouviu isso?...como se não realizassem um trabalho).

Ainda sobre a pesquisa, outras conclusões foram tiradas, como a presença de orientações sobre a mesa levam a um comportamento positivo no sentido de jogar os resíduos no lixo, indo para além do impacto ambiental, dando ênfase a dimensão moral da conduta, até porque como já escrevemos em outros posts, a preocupação ambiental passa muito mais perto da boca do que do cérebro.


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