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20 de out. de 2011

O funeral de Kyoto será em Durban

http://g1.globo.com/platb/rosanajatoba/2010/12/
Conforme o título, o evento programado para acontecer em novembro deste ano, com a participação de aproximadamente 200 nações, firmará a falta de compromisso e de responsabilidade dos dirigentes políticos mundiais, de ontem e de hoje.
No Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 por vários países, sendo a principal excessão os Estados Unidos, tinha como objetivo diminuir as emissões de gases do efeito estufa, principalmente pelos países desenvolvidos, já que tinham maior responsabilidade pela atual conjuntura ambiental na época.

No entanto, quase nada foi realizado e nenhum país quis ver diminuída sua produção econômica em prol de melhores condições ambientais, o que já era evidente, mas muita gente gosta de acreditar na papai noel.

(estou usando verbos no passado, mas o Protocolo de Kyoto tem previsão até 2012)

Assim, a Conferência de Durban foi chamada para prover de mais números e cobrar mais resultados algo que já não deu certo em 2005, quando começou a entrar em vigor. A ideia é que, novamente, os dirigentes políticos se reunam para decidir o que será feito diante da inconcretude dos acordos firmados em Kyoto e do avançado quadro de degradação ambiental, momento em que é profetizado aos quatro cantos do mundo a catástrofe do aquecimento global e as consequências das mudanças climáticas.

Na verdade verdadeira, a profecia parece que já passou. Toda a mídia noticiou, todo mundo ficou abalado e nada foi feito, assim o alarde hoje não passa de mais uma informação no rodapé do jornal de todo dia e na boca de um punhado de acadêmicos.

A frente deste novo acordo está a Alemanha, mas sem nenhum apoio da União Européia e muito menos dos países em desenvolvimento, como China, Índia e Brasil, que nem pensam em ver suas chances de poderio econômico se esvairem por conta do degelo das calotas polares ou da supressão das praias em todo o mundo.

A mais, também sabemos que as promessas de diminuir em 5% as emissões entre 2008 e 2012, se alcançadas parcialmente, foram produto de recessão econômica e não como fruto de um real compromisso mundial para com as gerações futuras e atuais, como gostam de dizer os ambientalistas.

“Distante da nobre retórica, petróleo, gás natural e carvão continuam sendo a fundação da prosperidade moderna. Grandes nações industrializadas como Austrália e Canadá até aumentaram suas emissões.”1

“Segundo números divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente na segunda-feira, a Amazônia perdeu 7.000 km2 de floresta no ano concluído em julho de 2010. Na China, país que detém o título de maior emissor de dióxido de carbono, as emissões deste gás considerado o responsável pelo aumento da temperatura no planeta estão crescendo mais rápido do que se pensava.”2

Pior que esta hipocrisia toda é ver que um país tem esperado do outro a resposta para a mudança, do tipo “se ele não fizer, eu também não faço”, apontando o dedo para o outro sem se olhar no espelho. As mesmas nações que ratificam convenções internacionais em prol da biodiversidade, propõe a agenda 21 e disseminam o relatório Bruntland, para gente civil pensar no futuro de seus descendentes, praticar a solidariedade e pensar que a aldeia global exige que cada um faça sua parte para um mundo florido e cheiroso.

E agora outros países importantes, tais como Japão, Canadá e Rússia, estão se recusando a comprometer-se com novos alvos de CO2 para o período após 2012 enquanto a Índia e a China não cooperarem. Os poderes emergentes estão pedindo ações decisivas das nações industrializadas antes de fazerem qualquer coisa, criando um ciclo vicioso.”1

Nesta situação, quem lê o blog sabe que a resposta não está em mais acordos e fotos de dirigentes apertando as mãos para mostrar quão preocupados estão com a questão ambiental, mas em uma real mudança política, social e econômica que contemple o ecossocialismo como perspectiva de futuro para todos nós.
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