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O 20º relatório anual de desenvolvimento humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD começa bem afirmando que a “desigualdade amplifica os danos ambientais, que por sua vez aumentam a desigualdade”, acrescenta ainda que são os países com baixo IDH os que menos contribuem para as mudanças climáticas globais, sendo no entanto os que mais sofrem suas consequências. Porém, entende que não seria razoável para o problema ambiental que estes países enriquecessem, já que o aumento de riqueza leva ao aumento das emissões de co2.
Daí pra frente o relatório descamba pra baixaria, ou seja, quando tenta encontrar uma solução para a questão, de forma que não discuta o sistema vigente e não atente contra a sua permanência intocável.
Uma das medidas sugeridas é o já desgastado controle de natalidade,que repassa mais uma vez os custos dos problema ambiental para os países mais pobres, como se o mundo não comportasse um maior número de habitantes, visto a grandiosa produção de alimentos e os mesmos problemas ambientais não fossem provocados pelo alto consumo nos países desenvolvidos, apesar de sua baixa taxa de natalidade.
Segundo relatório, se houver planejamento familiar até 2050 haverá uma redução de 17% nas emissões mundiais de carbono. E se a mesma relação fosse extrapolada para a produção de minérios, armas bélicas e monocultura associada a agrotóxicos? Aposto que teríamos índices ainda melhores e nem por isso seriam aplicados.
A OIT também contribui para este estudo superficial, contraditório e ideológico. Para a organização, a crise financeira mostrou as falhas do sistema atual: “não há dúvida de que a incapacidade apresentada pelos líderes políticos de hoje para tomar medidas decisivas a fim de utilizar o poder do Estado no propósito de proteger os trabalhadores vincula-se ao discurso neoliberal dominante nas últimas décadas”.
Se há falhas no sistema, porque continuar a utilizá-lo? Não é a incapacidade dos dirigentes políticos que trabalham inseridos na lógica capitalista e o fato não é evidente somente nas últimas décadas, é presente desde antes da primeira revolução industrial, que se mantém justamente pela exploração da mão-de-bra não paga e pelo acúmulo da mesma, que não é empregada na mesma medida em que é garantida, caso contrário não promoveria o lucro almejado.
Para ilustrar do que o PNUD está falando, usam a Costa Rica e o Brasil como exemplos de como promover melhorias sociais e crescimento econômico atrelado ao estabelecimento do salário mínimo. Penso em convidá-los a visitar o país para saber do que eles estão falando.
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